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Cultura VS Privatização

Em 1904 foi autorizada a construção do Theatro que localiza-se na antiga praça Marquês do Herval, que posteriormente foi renomeado de praça José de Alencar, no centro da capital; no entanto, as obras só começaram quatro anos depois, procrastinando assim, a idéia de ver erguido um teatro-jardim, que surgiu do projeto do capitão Bernardo José de Melo. Com uma estrutura metálica realmente bela, confeccionada na Escócia e com estilo Art Noveau, o projeto deu margem a criação de um espaço onde se pode encontrar auditório de 120 lugares, espaço cênico a céu aberto e o prédio anexo, com dois mil metros quadrados, que sedia o Centro de Artes Cênicas (CENA). O icone da cultura ceanrese só teve seus portões abertos no dia 17 de junho de 1910, com uma grande festança com a banda sinfônica do Batalhão de Segurança. Porém o belo e agradável jardim só foi construído anos depois da festa de inauguração, na reforma de 1975.

 

Em 17 de julho de 2010, o monumento completou seu primeiro centenário, um marco na formação de muitas pessoas na área de cultura e na divulgação da cultura cearense para o mundo e para o próprio povo.

Atualmente fala-se em uma privatização da cultura, pesquisas e artigos como o de Pierre Bourdieu (sociólogo francês) em a Privatização da Cultura, onde mostra um mercado baseado em uma cultura que existe que movimenta e que se embasa em um único fator, o lucro. No texto também à referência aos curadores dos grandes centros culturais que desempenham esses papeis sem terem uma formação cultural propriamente na área da cultura, geralmente sendo grandes empresários ou pessoas detentoras de um imenso capital.

 

Pierre aborda a globalização como uma das facetas das grandes empresas (multinacionais) em interferem na cultura dos outros países, tentando fazer com que as culturas que sejam facilmente modificáveis ou moldáveis tenham uma ruptura e consigam ser absorvidas, ou melhor, dizendo, consigam ser consumidas pela cultura globalizante. As regras do “mercado” não deixam espaço para divulgação da cultura regional, pois as ditas regras não permitem a propagação desta cultura que cada vez mais de torna limitada ou podemos extinta.

 

O TJA é mantido pelo Governo do Estado através da Secretaria da Cultura, onde também recebem incentivos oriundos de fontes públicas e governamentais, com eventuais apoios da iniciativa privada, sobretudo através das leis de Incentivo à cultura (estadual e federal). A diretora Izabel Gurgel, do TJA, Izabel Gurgel reconhece, quando Bourdieu fala da ameaça de autonomização da arte por conta da ordem-mor do mercado e ainda diz que compreende que se torna um desafio maior trabalhar a formação de públicos. Assim, um centro cultural como o TJA, público e governamental, pode e deve realizar atividades que o chamado 'mercado' não realizaria e, contudo são formadoras de público, que potencializam as atividades que ampliam nossa experiência de mundo.

 

Leia a entrevista com Izabel Gurgel, diretora do TJA

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